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Política

A ignorância política do povo goiano é a grande aliada de Marconi Perillo

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“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam”. A frase, atribuída ao historiador britânico Arnold Joseph Toynbee, retrata a situação de um país, um estado ou um município onde o povo se coloca à margem do processo político e, por conseguinte, das decisões que dizem respeito diretamente a esse próprio povo. As consequências dessa abstenção do processo político é desastrosa.

A democracia é o governo do povo e para o povo, mas a ignorância e a falta de interesse de grande parte da população para com a política, coloca-nos a todos como vítimas da má gestão perpetrada pelos falsos democratas.

Nas eleições de outubro próximo passado quase 1 milhão de eleitores em Goiás, ou 21,53%, deixaram de comparecer às urnas e Marconi Perillo (PSDB) foi reeleito com apenas 40,43% do total de eleitores aptos a votarem no estado. A realidade que veio à tona depois da posse de Perillo é o retrato desse desprezo dos goianos com a política: o povo foi vítima de um grande e abominável estelionato eleitoral.

Inaugurado o novo governo, todas as críticas e denúncias da oposição se mostraram verdadeiras. O desequilíbrio nas contas do Estado não pode mais ser escondida. Descobriu-se, por exemplo, que o rombo na conta centralizadora era de R$ 1,4 bilhão em dezembro/14; que a dívida consolidada do Estado somava R$ 17,3 bilhões; que as dívidas de Goiás com as prefeituras já passam de R$ 120 milhões; que nenhuma daquelas parcelas do contrato que Perillo assinou, em abril de 2014, com as empresas de transporte coletivo de Goiânia e região metropolitana, obrigando-se ao pagamento de 50% da gratuidade do sistema, haviam sido pagas e que por isso o aumento nas passagens de ônibus foi inevitável.

Para o povo ignorante e que não se interessa por política não adiantou dizer que o Governo de Marconi Perillo mentia para o povo, que era tudo um grande sofisma disseminado por uma bem articulada estratégia de propaganda. Não! O povo que não se interessa por política fez ouvidos moucos e permitiu a sua reeleição.

Descobriu-se, também, que 90 obras anunciadas por Perillo com estrondosa pompa em período pré-eleitoral, como sendo um feito glorioso de um bom governo, estão totalmente paralisadas e sem previsão de entrega. Soube-se, ainda, que no último ano do terceiro mandato de Marconi Perillo o déficit no caixa do estado foi de R$ 633 milhões. Curiosamente um ano eleitoral.

Marconi venceu as eleições vendendo Iris Rezende, seu adversário, como sendo um verdadeiro carrasco do funcionalismo público. O pós eleição, entretanto, mostrou o contrário: Marconi parcelou salários, retirou direitos dos servidores e demitiu mais de 5 mil pessoas, tudo em nome da governabilidade. O data-base da grande maioria dos servidores, vencido em maio, sequer é cogitado. Os professores da rede pública estadual, cuja titularidade foi retirada no terceiro mandato de Perillo, tiveram seu reajuste negado e os PIII e PIV amargarão, no mínimo, 7 meses de atualização salarial perdida.

Os Militares perderam a gratificação por horas extras e as promoções foram reduzidas a uma por ano. Os quinquênios dos servidores só serão pagos no janeiro do ano seguinte ao que for completado. A Celg, transferida por uma ninharia ao Governo Federal, está sendo preparada para privatização. A Saneago anunciou aumento de 32,16% nas conta de água e esgoto dos moradores de Goiás.

Não obstante toda essa dificuldade financeira Marconi Perillo concedeu, nos apagar das luzes de 2014, um perdão fiscal na ordem de R$ 1,2 bilhão à empresa JBS da família Friboi. A dívida fiscal da empresa era relativa a ICMS apurados e não pagos. Mas o povo ignorante e que não se interessa por política, não se importa. A não ser quando um dos seus é vitimado pela violência exacerbada que assola Goiás. Aí sim ele lembra de bradar contra os maus políticos que governam o Estado.

 

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