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Política

Colunista da Folha critica a gestão por OSs na educação goiana e a
forma como o Governo conduz o processo.

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O colunista da Folha de São Paulo, Vladimir Safatle,  professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP, criticou duramente a proposta do Governo de Goiás de transferir a gestão das escolas públicas do estado para as famigeradas Organizações Sociais, as chamadas OSs. Em artigo intitulado “Gás lacrimogênio no cerrado”, publicado na última sexta-feira, 19/02, Safatle chama a atenção para o equívoco da terceirização da educação e diz que o que se pretende é confundir a opinião pública e no final a coisa revelar-se-á um verdadeiro desastre.

Para Vladimir, o argumento do Governo é o de dar maior agilidade à gestão, escapando dos entraves criados para entidades públicas. “Quando a sociedade civil se der conta, ela terá um serviço generalizado com professores precarizados, que podem ser facilmente substituídos e submetidos a planos decididos por burocratas”, alerta o colunista. Segundo ele, não demora e as escolas públicas “terão taxas de toda natureza e serão dirigidas por entidades que perseguem metas vazias e avaliações que nada dizem respeito a um verdadeiro projeto pedagógico”.

Outra crítica pontual do professor é a forma como a implantação desse projeto vem sendo conduzido. O Governo abandonou a discussão com os mais interessados no assunto, como professores e alunos e tem, de forma autoritária, tocado o projeto a mão-de-ferro. “Em qualquer lugar minimamente sensato do mundo, mudanças dessa natureza seriam objeto de longas discussões com alunos, professores e pais. No Brasil, e em especial nos Estados governados pelo tucanato (Paraná, São Paulo, Goiás), decisões educacionais são impostas, inventa-se diálogos que nunca ocorreram, joga-se gás lacrimogêneo contra estudantes, prende-se professores que protestam”, diz Vladimir.

As ponderações de Safatle encontra abrigo na recente recomendação dos Ministérios Públicos de Goás, Federal e de Contas do Estado, que oficiaram à Secretária da Educação de Goiás, Raquel Teixeira, para que se abstenha de dar prosseguimento ao processo de chamamento das OSs, a fim de que questões constitucionais, que envolvem o projeto, sejam melhor discutidas e avaliadas.

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