Entre em contato

Política

Em delação, Delcídio do Amaral diz que CPI do Cachoeira
foi encerrada por acordo político.

Publicado

on

No anexo 29 do instrumento de delação premiada homologada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, Delcídio do Amaral, senador licenciado e afastado temporariamente do PT, fala sobre a CPI do Cachoeira que apurou um grande esquema de corrupção operado a partir do Estado de Goiás. A CPI nasceu em decorrência da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que desbaratou a quadrilha comandada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que atuava num esquema ilegal de jogos de azar e envolvia uma grande quantidade de servidores e políticos do Estado de Goiás. Na época o então senador por Goiás, Demóstenes Torres, foi cassado por seu envolvimento com Cachoeira. O principal alvo da CPI era o Governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), então no exercício do seu 3º mandato, acusado de envolvimento com o esquema criminoso.

Segundo consta do documento assinado por Delcídio, a “CPI foi muito incentivada pelo Presidente Lula para atingir o Governador Marconi Perillo e que essa CPI foi criada sem se avaliar muito bem as consequências políticas, ou seja, quem poderia ser atingido em função das empresas que acabaram sendo envolvidas nas investigações”.

Ainda de acordo com Delcídio, quando “os próprios componentes da base do governo perceberam os riscos envolvidos, se articularam para acabar com a CPI, que terminou melancolicamente”, sem indiciar ninguém. Embora não votado, o relatório final da CPI chegou a propor o indiciamento do Governador de Goiás por 8 crimes, entre eles corrupção passiva, fraude em licitação e formação de quadrilha. De acordo com o texto, Perillo teve participação ativa na quadrilha.

Segundo o relatório, a quadrilha se infiltrou no governo de Goiás e chegou a fazer pagamentos diretamente ao governador. Oito assessores e ex-assessores diretos do governador também tiveram os nomes incluídos no rol de indiciados. No total, o relator da CPI, Odair Cunha (PT), pediu o indiciamento de 46 pessoas, que não se concretizou, agora se sabe, por um grande acórdão político costurado para que todos se salvassem.

Continue Reading

Copyright © 2020 - Nos Opinando - Liberdade de opinião em primeiro lugar.