Pelas primeiras pesquisas de intenções de votos para prefeito de Goiânia, divulgadas recentemente, e pelo que se ouve nas ruas, não há dúvidas que a decisão de Iris Rezende, de deixar a política, incute no eleitorado, de forma absolutamente natural, a ideia que um ciclo político se encerra em Goiânia e que ele, eleitor, é chamado a iniciar um novo momento, uma nova configuração de poder na capital, com novos nomes e novas siglas. Justamente como aconteceu em 2018, com a derrocada do tucanato em Goiás.
Há 15 dias do efetivo início da campanha e da definição dos nomes que vão disputar o Paço, as primeiras pesquisas de intenções de voto trazem como destaque o candidato da coligação “Goiânia em um Novo Momento”, Vanderlan Cardoso, do PSD, que lidera em todas elas, em detrimento dos candidatos do MDB e PT, que dominaram as eleições em Goiânia nos últimos 16 anos.
No primeiro levantamento, divulgado pelo instituto Serpes, divulgado em 26/09, Vanderlan já aparecia em primeiro, com 22,3% das intenções de voto, seguido por Adriana Accorsi, do PT, com 12,3%, e logo atrás, com 12%, Maguito Vilela do MDB. Uma semana depois, o Ibope divulgou novos números, com Vanderlan permanecendo em primeiro lugar, com 21%, seguido de perto por Maguito Vilela, com 20% e Adriana em terceiro, com 11%.
Na última terça-feira, 6, foi a vez do instituto Real Time Big Data trazer os seus números para prefeito de Goiânia. Novamente, Varderlan vem em primeiro lugar isolado com 21%, Maguito em segundo, com 15% e Adriana Accorsi com 9%. Em todas as pesquisas, a margem de erro é de 4% para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
Como se depreende dos números, o anúncio de encerramento da carreira política de Iris Rezende, considerado por muitos como um estadista e o maior político da história de Goiás e de Goiânia, aprovado por mais de 60% da população, deu uma nova configuração no cenário político da capital, que, obviamente, tende a ter reflexos também no cenário estadual.
Iris, no entanto, não apenas anunciou que deixa a vida pública, como também fez questão de deixar muito claro que não participaria do processo eleitoral para sua sucessão. “Não estou participando e não participarei”, declarou em alto e bom som o decano emedebista. Cabo eleitoral desejado por onze entre dez candidatos, Iris também não indicou um nome de sua preferência, embora o MDB, seu partido, se esforça para passar a ideia de que tem a primazia natural do seu apoio, fato que, no entanto, não encontra eco nos discursos do próprio Iris.
Essa será a primeira eleição para prefeito de Goiânia nos últimos 16 anos sem a participação de Iris Rezende. Ele venceu todos os pleitos que disputou em Goiânia no período de 2004 a 2016, três diretamente com o seu nome e um apoiando Paulo Garcia, seu vice, que concorreu à reeleição em 2012, depois de assumir em 2010 com a renúncia de Iris para disputar o governo.
A decisão de Iris em não indicar expressa e publicamente seu apoio a quem quer que seja garante à disputa em Goiânia um equilíbrio, onde os candidatos concorrem movidos pelas próprias forças e capacidade de convencerem o eleitor das suas melhores propostas para a cidade.
O que se vê, por ora, a partir dos números das pesquisas já divulgadas, é que o candidato Vanderlan Cardoso, talvez pelo recall dos votos da última eleição para senador, quando teve mais de 500 mil sufrágios em Goiânia, representa o nome que o eleitorado goianiense enxerga como aquele capaz de operar a mudança política local e de fazer a transição entre a vitoriosa administração de Iris Rezende e os avanços que Goiânia precisa continuar experimentando.
