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Política

Caiado diz que não se pode confundir o momento da pandemia com campanha eleitoral e critica prefeitos que subestimam a Covid-19 com medo de perderem apoio de empresários nas próximas eleições.

A fala do democrata foi um alerta aos prefeitos que, segundo ele, insistem numa tese de Pôncio Pilatos, ou seja, adotam a postura de “lavar as mãos” num momento em que o que está em jogo é a vida da população

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Em mais uma rodada de entrevistas nacionais e locais, nesta quarta-feira (1º/07), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, voltou a destacar a gravidade do atual momento da pandemia do novo coronavírus, não somente no Estado, mas em todo o País. E alertou àquelas autoridades que insistem numa tese de Pôncio de Pilatos, ou para ser mais direto, adotam a postura de lavar as mãos.

“Não dá mais para confundir o momento de pandemia com campanha eleitoral”, foi taxativo, referindo-se aos prefeitos que ainda classificam a Covid-19 como algo “inofensivo”, com medo de perderem apoio popular e de empresários nas próximas eleições.

Atualmente, lembrou o líder goiano, o Estado atingiu a marca de mais de mil registros de contaminados por dia. “Fizemos uma quarentena preventiva no início, em março ainda, quando alcançamos 66% de adesão da população ao isolamento social. Num segundo momento, preparávamos uma flexibilização progressiva, que foi rejeitada pela maioria dos prefeitos em nossa reunião por videoconferência”, relembrou Caiado, referindo-se à conversa de mais de quatro horas realizada dia 18 de maio.

A negativa dos titulares dos Executivos municipais contribuiu para o aumento e agravamento de casos, e também elevou a curva de óbitos. Um dos exemplos citados deste quadro pelo governador foi a cidade de Trindade, que, mesmo com a iniciativa estadual de abrir leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no local, não tem conseguido controlar a disseminação do vírus entre seus habitantes.

Mais uma vez também, o governador garantiu que se a prerrogativa de traçar e implantar as estratégias de combate à Covid-19 fosse dele, a quarentena alternada já estaria em pleno funcionamento em Goiás – decisão do Superior Tribunal Federal (STF), porém, dá autonomia para Estados e municípios decidirem o caminho a seguir de forma independente.

Ainda durante as entrevistas, Caiado ressaltou que toda e qualquer medida a ser implantada, durante essa que é a maior crise sanitária mundial do século 21, só sai do papel para a realidade se tiver lastro científico e técnico. A própria quarentena alternada foi proposta pela Universidade Federal de Goiás (UFG), após projeções feitas por pesquisadores goianos. Aliás, não só estudiosos do Estado apontam essa ferramenta como exitosa – no mesmo sentido tem se pronunciado publicamente o reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Rodrigues Curi Hallal.

Para mudar a tendência de crescimento exponencial dos casos, Caiado disse que é necessário alcançar um índice de isolamento social entre 50% e 55% durante o período de 14 dias em que o comércio ficar fechado. Destacou, ainda, que a parceria com os municípios é essencial para o início dos trabalhos do rastreamento de contatos, que prevê o monitoramento do paciente infectado e das pessoas com os quais convive, durante dez dias. Esse acompanhamento ganharia a força de trabalho, por exemplo, dos assistentes sociais e agentes de Saúde comunitários.

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