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Política

Em Goiás, o “Fora Dilma” só terá legitimidade se vier acompanhado
do “Fora Marconi”.

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Anunciado para acontecer em agosto em todo o Brasil, o protesto contra o governo da presidente Dilma Roussef promete reunir milhares de pessoas que enxergam na saída da petista a única forma de devolver a governabilidade ao Brasil. O ato, denominado “Fora Dima”, em Goiânia é organizado pelos grupos “Movimento Vem pra Rua Brasil Goiás” e “Movimento Brasil Livre”. A concentração para os atos começam a partir das 14h  na Praça Tamandaré (Movimento Brasil Livre) e na Praça do Bandeirante (Vem pra Rua Brasil Goiás).

Entretanto, sob pena de soar absolutamente incoerente, parcial e tendencioso, a manifestação em Goiânia só terá legitimidade se encampar um outro manifesto: o “Fora Marconi”. Senão vejamos:

Dilma é acusada de ter sua campanha abastecida com dinheiro de propinas provenientes do escândalo da Petrobrás. Em Goiás não é diferente: A campanha vitoriosa de Marconi Perillo recebeu R$ 1,81 milhão da empresa Odebrecht, cujo diretor-presidente está preso há quase um mês e mais R$ 500 mil da empreiteira OAS, todos acusados de envolvimento no esquema do petrolão e de terem pago propinas a diretores da estatal e políticos de vários partidos.

As contas de 2014 da Presidente estão prestes a ser julgadas irregulares pelo TCU, sob a acusação de que Dilma Roussef tenha realizado manobras fiscais, as chamadas “pedaladas fiscais”, para fechar suas contas, o que é proibido por lei. Em Goiás não é diferente: se o TCE-GO fosse imparcial teria rejeitado as contas de Perillo referente ao ano de 2014, já que foi detectado um rombo de R$ 1,4 bilhão na conta centralizadora do Estado, acumulados desde o ano 2000. Só no último ano o rombo foi de R$ 633 milhões.

Dilma é acusada de não ter cumprido a lei de responsabilidade fiscal, tendo que alterar a LDO para fechar as contas de 2014. Em Goiás não foi diferente: o Estado teria que ter fechado 2014 com um superávit primário de R$ 650 milhões, porém, dada a manobras semelhantes a praticada no âmbito federal, Perillo foi autorizado a fechar o ano com déficit de R$ 440 milhões.

Dilma é acusada de mentir ao eleitor, quando, em campanha, disse que as contas do país estavam sob controle e a inflação idem. Sabemos agora que ela mentiu. Em Goiás não foi diferente: em campanha, Marconi alardeou que o Estado estava em excelentes condições econômicas e financeiras e anunciou obras aos quatro cantos do território goiano. Sabemos agora que ele mentiu. Reeleito, tal como Dilma, Marconi cortou direitos dos trabalhadores, demitiu pessoas, parcelou salários e paralisou todas as obras que havia anunciado em pré-campanha. O Estado está absolutamente quebrado e o rombo aumentando. Só no primeiro quadrimestre de 2015 o déficit já chega a R$ 100 milhões.

Portanto, em nome do bom senso, da imparcialidade e da responsabilidade política, o manifesto contra Dilma Roussef, pelo menos em Goiás, só será legítimo se todos intercalarem, entre gritos de “Fora Dilma”, o grito “Fora Marconi”.

 

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