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Política

Linha dura com correligionários infiéis, Daniel Vilela, presidente do MDB goiano, elogia dissidência de deputado do PSD

No ano passado, Daniel Vilela ignorou pedido do prefeito Iris Rezende e o MDB acabou expulsando três prefeitos do partido que haviam apoiado Ronaldo Caiado nas eleições de 2018. Um quarto prefeito, Ernesto Roller, de Formosa, só não foi expulso também porque se desfiliou antes do julgamento no Conselho de Ética

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O ex-deputado federal e presidente regional do MDB em Goiás, Daniel Vilela, usou o Twitter na noite desta terça-feira, 22, para comemorar o apoio do deputado estadual Lucas Calil, do PSD, à candidatura de Maguito Vilela (MDB), adversário do senador Vanderlan Cardoso (PSD) na disputada pela Prefeitura de Goiânia. Calil mereceu elogios pela dissidência e foi chamado de corajoso pelo emedebista.

“Um dos mais preparados e combativos deputados goianos, Lucas Calil, do PSD, escolheu o lado da coerência política ao declarar seu apoio à pré-candidatura de Maguito Vilela na disputa pela Prefeitura de Goiânia. Parabéns, amigo, pela coragem e firmeza! Seja bem vindo ao time que vai dar prosseguimento a este projeto realizador em Goiânia!!“, escreveu Daniel Vilela.

O elogio de Vilela a um dissidente não guarda coerência com as suas atitudes quando é o seu partido, o MDB, vítima da infidelidade partidária. No ano passado, sob o comando do próprio Daniel, o MDB expulsou três prefeitos da legenda considerados infiéis por terem apoiado a candidatura de Ronaldo Caiado (DEM) ao Governo de Goiás, em detrimento da candidatura do próprio Daniel.

Adib Elias, de Catalão; Paulo do Vale, de Rio Verde, e Fausto Mariano, de Turvânia foram levados ao conselho de ética do partido e expulsos por comportamento incompatível com o estatuto da sigla. Um quarto prefeito à época, Ernesto Roller, de Formosa, hoje secretário de Governo de Ronaldo Caiado, só não foi expulso porque se desfiliou do partido antes do processo ser julgado.

A expulsão dos correligionários ocorreu mesmo depois do prefeito Iris Rezende, decano emedebista, escrever uma carta aberta a Daniel pedindo perdão aos dissidentes. Na carta, Iris pedia a Daniel “para que todos os envolvidos nos acontecimentos políticos que geraram a luta interna no MDB tenham abertura para um amplo entendimento que começa pelo gesto simples do perdão”.

Na oportunidade, Iris reivindicou a sua idade, a sua experiência e seu histórico de lealdade ao partido para ensinar a Daniel que situações politicamente delicadas podem ser uma excelente oportunidade para demonstração de amadurecimento. “A partir de suas próprias dificuldades internas, o MDB precisa gerar uma mensagem importante para a sociedade, tendo por base a reconciliação”, pregou Iris Rezende.

A súplica do prefeito Iris Rezende pelo entendimento e pelo perdão, no entanto, não foi suficiente para evitar o desfecho final, que foi a expulsão dos emedebistas.

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