Tudo indica que as lideranças tucanas em Goiás não estão conversando entre si. Essa hipótese fica evidente com a nota divulgada pelo ex-governador Marconi Perillo, um dos principais nomes do partido, em que desautoriza publicamente a fala do atual presidente do partido em Goiás, o também ex-governador José Eliton.
Ontem, 24, José Eliton, em entrevista ao Jornal O Popular disse que vê aliança com o PT em Goiás para enfrentar uma possível candidatura de Ronaldo Caiado à reeleição no ano que vem. “Acho que é possível construirmos uma aliança. Ainda que não seja possível no primeiro turno, tenho a impressão de que é possível pavimentar essa aliança nas mesmas bases que acho que foi objeto da discussão entre os ex-presidentes”, disse Zé Eliton, se referindo à conversa entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
Hoje, no entanto, o ex-governador Marconi Perillo, derrotado para o Senado em 2018 e que tenta pavimentar sua volta à cena política goiana, mesmo diante de um passivo jurídico que lhe rendeu mais de 30 ações cíveis e penais depois que deixou o governo de Goiás, divulgou nota em que desautoriza a fala do presidente do partido, negando que possa haver qualquer tipo de aliança entre o PSDB e o PT em Goiás.
“PSDB e PT têm ideias, conceitos, projetos e convicções distintas e isto ficou claro ao longo das últimas três décadas de duro enfrentamento, respeitando sempre o necessário debate democrático. PSDB e o PT historicamente são como água e óleo – não se misturam”, disse Marconi.
Numa tentativa de, talvez, animar a pequena militância do partido que teve apenas 5,9 mil votos para prefeito em Goiânia no ano passado, Marconi demonstra muito otimismo com uma possível candidatura tucana para governador em 2022. “O PSDB trabalhará para ir ao ao segundo turno e vencer as eleições com um bom projeto e um candidato a altura dos grandes desafios, que precisam ser enfrentados, com a urgência necessária”, avalia.
Embora ainda não se saiba para qual cargo, o fato é que Marconi Perillo está em plena campanha para 2022. No entanto, não é certo que ele reúna condições de elegibilidade até lá. Condenado em primeira instância em ação penal que lhe rendeu 1 ano e 8 meses de detenção, pena substituída por prestação de serviços à comunidade, o tucano responde a mais de 30 ações de improbidade e bastaria uma decisão em segunda instância para que ele ficasse inelegível por ao menos 8 anos.
