A reação do presidente do PSDB goiano, ex-governador José Eliton, ao posicionamento do correligionário Francisco Oliveira, deputado da bancada tucana na Alego que votou favorável à adesão do Estado de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), programa do Governo Federal de socorro fiscal e financeiro aos entes subnacionais que se encontram em situação de inadimplência com a União, revela a dificuldade que os tucanos têm em reconhecer os equívocos cometidos nos 16 anos que comandaram o Estado e a necessidade urgente que o atual governo tem de equacionar as contas públicas para que Goiás possa retomar a normalidade no que diz respeito à boa gestão fiscal e de investimentos. Eliton prometeu lutar pela expulsão do deputado e pedir o seu mandato na justiça.
O posicionamento do dirigente tucano demonstra claramente que o PSDB estaria apostando no “quanto pior melhor”, situação que, imagina-se, poderia dar ao partido condições de voltar a ter algum protagonismo político em Goiás. O RRF passou a ser a única alternativa viável para que o Estado consiga adimplir suas obrigações e assim reaver o equilíbrio fiscal e financeiro, comprometido pela má gestão tucana nos últimos anos.
Ao final de 2018, último ano da gestão Marconi Perillo/José Eliton, o Estado padecia de um rombo aproximado de R$ 7 bilhões no caixa, segundo auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO), além de uma dívida consolidada de cerca de R$ 20 bilhões. O Estado tinha apenas R$ 11 milhões em caixa para fazer frente a mais de R$ 3,5 bilhões em dívidas imediatas, incluindo aí R$ 2 bilhões em despesas que sequer haviam sido empenhadas, inclusive as folhas de novembro e dezembro de 2018. A saída foi a suspensão do pagamento dos chamados serviços da dívida. Ao agir contra a adesão ao RRF, o PSDB perde a chance de fazer o mea culpa e assim agir com republicanismo para auxiliar na retomada do equilíbrio das contas públicas goianas.