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Artigo de Opinião

Rogério Cruz assume em definitivo a Prefeitura de Goiânia e tem o desafio de dar cara à sua gestão

“Com a assunção à titularidade do cargo, Rogério Cruz admitiu, nesse primeiro momento, que vai manter a equipe e o programa de governo de Maguito Vilela. Obviamente – e seria ingenuidade acreditar no contrário -, Rogério deve, doravante, buscar com que a administração municipal represente sua gestão e não mais a gestão Maguito Vilela, como foi inaugurada.”

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Ex-vereador de Goiânia por dois mandatos, o republicano Rogério Cruz, de 54 anos, natural de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, há apenas 10 anos em Goiânia, é agora o prefeito de fato e de direito da capital goiana. Eleito vice-prefeito na chapa de Maguito Vilela, do MDB, que faleceu na madrugada do último dia 13, depois de 84 dias de luta contra as consequências da Covid-19, Cruz assume definitivamente o cargo com o desafio de dar cara à sua gestão e tocar os projetos em curso na cidade, bem como atender outras demandas da população goianiense.

Rogério havia assumido interinamente o cargo em 1º de janeiro, quando a Câmara Municipal atendeu o pedido de licença por tempo indeterminado do prefeito Maguito Vilela. Já no primeiro dia de trabalho, o atual prefeito sancionou a lei que promoveu uma minirreforma administrativa na gestão municipal e também deu posse ao primeiro escalão do Paço, nomes que haviam sido escolhidos pelo próprio Maguito e por um grupo de aliados, entre eles Daniel Vilela, filho de Maguito.

Com a assunção à titularidade do cargo, Rogério Cruz admitiu, nesse primeiro momento, que vai manter a equipe e o programa de governo de Maguito Vilela. Obviamente – e seria ingenuidade acreditar no contrário -, Rogério deve, doravante, buscar com que a administração municipal represente sua gestão e não mais a gestão Maguito Vilela, como foi inaugurada.

É fato que isso não representa o rompimento de Rogério com os aliados que foram determinantes para a vitória de Maguito Vilela e, consequentemente, para a sua própria, mas novas composições políticas serão, sem sombras de dúvidas, feitas por Rogério Cruz, haja vista uma nova configuração de poder que se impõe ao prefeito, dada a importância política que assume a partir de agora. Uma coisa seria exercer, com a fidelidade que se espera de um vice, o mandato enquanto Maguito Vilela se recuperava, outra, bem diferente, é ser efetivado no cargo de prefeito da Capital, onde vai administrar pelos próximos quatro anos um orçamento anual de quase R$ 6,5 bilhões e uma máquina com mais de 50 mil servidores.

Se as circunstâncias impunham um acordo tácito entre os integrantes do primeiro escalão da prefeitura de Goiânia escolhidos por Maguito Vilela e Rogério Cruz, em que os auxiliares, ainda que oficiosamente, estivessem dispostos hierarquicamente em linha com o prefeito em exercício, agora muda tudo. A gestão, como já foi dito, doravante é de Rogério Cruz. Compromissos assumidos com Maguito Vilela, infelizmente, se foram e os auxiliares que permanecerem estarão de fato e administrativamente subordinados a Rogério Cruz, o prefeito.

Rogério Cruz terá autoridade administrativa para tocar o seu governo, inclusive para manter com o Governo de Goiás uma proximidade maior do que talvez fosse possível com a gestão Maguito Vilela. Aliás, já na sessão de posse na manhã da última sexta-feira, 15, o governador Ronaldo Caiado e o prefeito foram de uma cordialidade ímpar e o democrata garantiu que está pronto para manter as parcerias com a Prefeitura e construir outras, o que soou como um convite a Rogério Cruz para que Estado e Prefeitura andem juntos em prol de projetos benéficos para a população. Se isso vai culminar em aliança política com vistas a 2022, o tempo dirá.

O fato é que Rogério Cruz, embora não esperasse uma ascensão política meteórica como essa, tem a chance única de se consolidar como um dos grandes da política goiana e goianiense, sobretudo por ter herdado uma gestão equilibrada e com dinheiro em caixa, coisa rara. Será cobrado como nenhum outro, já que, no senso geral, caiu de paraquedas na gestão municipal. Por isso mesmo, deve ter personalidade suficiente para fazer a sua própria gestão. Cruz tem exemplos recentes que podem ajudá-lo nessa empreitada. Sabe onde Paulo Garcia errou e onde Iris Rezende acertou. A opção é dele e a população de Goiânia espera que ele faça a melhor escolha.

 

Cloves Reges, editor do Blog Opinando

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