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Direito e Justiça

Vaticano questionou o volume de recursos arrecadados pela Afipe e tinha dúvidas sobre suas origens, afirma Rodney Miranda, secretário de Segurança Pública de Goiás

Secretário falou sobre encontro entre delegados da Polícia Civil goiana e representantes do Vaticano, em agosto do ano passado, em São Paulo, e relatou que os religiosos tinham dúvidas sobre a origem dos recursos arrecadados pela associação presidida pelo Padre Robson, de Trindade.

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Em entrevista ao JA1 da TV Anhanguera neste sábado, 22/08, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, informou que representantes do Vaticano procuraram a Polícia Civil goiana para se inteirar de denúncias envolvendo desvios de recursos na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), entidade fundada e presidida pelo padre Robson Oliviera Pereira, de Trindade.

De acordo com o secretário, dois delegados da Polícia Civil de Goiás foram até São Paulo, em agosto do ano passado, e se encontraram com dois religiosos de Roma, os quais, alertados por outros religiosos de Goiás, queriam informações sobre possíveis desvios das doações dos fiéis, que deveriam ser usadas para construção do novo Santuário Basílica na capital da fé.

“O vaticano, nesse encontro, deixou bem claro pra gente que, primeiro, os valores (arrecadados pela Afipe) eram extremamente elevados para qualquer instituição religiosa e fizeram até um comprativo com Aparecida do Norte, em São Paulo, que é o maior centro religioso da Igreja Católica no Brasil, e que não arrecada sequer um centésimo do que estava sendo arrecadado em Trindade, Goiás. Então, eles estavam questionando já àquela época a origem desses recursos, que certamente não ingressavam nos cofres da Afipe por doação”, explicou.

Para Rodney Miranda, mesmo que se comprovasse que todo esse dinheiro movimentado pela Afipe, coisa de R$ 2 bilhões de reais, fosse de fato fruto de doações de fiéis, estaria comprovado o desvio de finalidade, já que esses recursos deveriam ter sido investidos na construção do novo santuário, cujas obras continuam em fase apenas de fundação.

“Os recursos eram para ser aplicados na construção da basílica, mas estavam sendo aplicados em compra de mansões, de fazendas, aviões e em outros negócios não ligados às atividades religiosas. Levantamentos do MP-GO falam em R$ 2 bilhões de recursos movimentados pela Afipe, o que daria para construir cerca de 20 Basílicas”, ressaltou.

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